Morreu Vasco Granja, o comentador de animação de Leste


Aos 83 anos, morre Vasco Granja, o alegado "pai-da-pantera-cor-de-rosa"


O apresentador do «Cinema de Animação» espaço de divulgação que durante cerca de 16 anos (e dez mil emissões), de cinema de animação proveniente de todo o Mundo.

Vasco Granja foi um dos maiores divulgadores de sempre da animação e da banda desenhada em Portugal. Ficará para sempre como uma referência maior para toda uma geração que se habituou a vê-lo nos ecrãs da RTP a apresentar, «Cinema de Animação».

Nesses programas iniciados em 1974, Granja dava a conhecer a animação de todo o mundo, desde a realizada nos países do leste da Europa, até à proveniente da América do Norte.

O termo banda desenhada foi usado pela primeira por Vasco Granja, num artigo publicado pelo «Diário Popular» em 19 de Novembro de 1966.
Granja nasceu em Lisboa, em 1925, cedo abandonou os estudos e aos 15 anos começou a trabalhar nos Armazéns do Chiado, onde chegou a pintar os cartazes com anúncios para as montras.

A paixão pelo cinema, levou-o aos 16 anos a ser assistente de fotografia no filme «A noiva do Brasil», de Santos Neves.
No inicio dos anos 50, durante o Estado Novo, integrou o movimento cineclubista em Lisboa, que organizava a projecção de filmes obtidos através das embaixadas, ajudando a financiar a resistência ao regime fascista através da venda dos bilhetes.

Nessa altura foi preso seis meses pela PIDE quando militava clandestinamente no PCP.
Vasco Granja trabalhou na Livraria Bertrand, esteve em 60 no festival de animação de Annecy, em França, onde se apaixonou por esta arte.
Foi preso novamente em 1963 e retomou a actividade cultural dois anos depois.
A sua dedicação à banda desenhada intensifica-se com a edição portuguesa do Tintim, mas foi a televisão que o projectou.

O seu programa regular sobre cinema e animação pôs várias gerações a verem animação do Leste europeu, Estados Unidos e a emblemática Pantera Cor de Rosa.
A seguir à revolução de Abril, dedicou-se aos desenhos animados, tendo ajudado e criar a Associação Portuguesa de Cinema de Animação.

Em 1998, regressou por breves instantes ao pequeno ecrã, tendo participado no programa humorístico «Herman Enciclopédia» onde foi cúmplice de uma paródia alusiva aos seus próprios programas sobre animação.

Eu próprio me lembro do homem, tava sempre com vontade que ele acabasse de falar para ver se realmente a animação que ia dar a seguir valia a pena ver... (normalmente e raramente valia, eram uma autêntica seca-para mim, claro! :p)







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